Constituída em 2015 e instalada no Parque das Empresas em Ferreira do Alentejo, a Migdalo quer ser um parceiro forte na fileira da amêndoa em Portugal.
Miguel Chaves, CEO da Migdalo, em entrevista à PAÍS €CONÓMICO diz que têm tido um percurso de crescimento, difícil, mas gratificante e com uma enorme receptividade, tanto da parte dos seus clientes estrangeiros, como da parte do mercado nacional, onde querem ser fortes, afirmando ainda que não obstante a pandemia do Covid 19 a Migdalo continuará a crescer em 2020.
A ideia de se criar a Migdalo surgiu pelo potencial que os frutos secos (e em especial a amêndoa) tinham, na altura, na região do Alentejo. Miguel Chaves resumiu as razões que levaram à construção da moderna unidade agroindustrial que a Migdalo instalou, dizendo que já em 2013, nas terras da Família dos proprietários da empresa (Família Sevinate Pinto), se plantavam amendoais. Identificaram que havia oportunidade para a instalação de uma agroindústria na região, que ajudasse no desenvolvimento da fileira, e sobretudo no escoamento da produção dos amendoais existentes e dos que viessem a surgir, esclareceu Miguel Chaves, para acrescentar que em Portugal, por norma, há muita qualidade a avançar na parte da produção, mas depois falta a parte da agroindústria. E a Migdalo soube prever e cuidar de ambas as partes.
A Migdalo dispõe atualmente de cerca de 175 hectares de amendoais. Para além das exportações de amêndoa para a Europa, que representam 80% da produção, fornecem também amêndoa a clientes de todo o País, representando o mercado nacional cerca de 20% da produção. A amêndoa destinada ao mercado exteno é, sobretudo, para as indústrias de amêndoa ou embaladores de frutos secos. No mercado nacional, têm um pouco de tudo, desde vendedores, embaladores e indústria de confeitaria, vendendo também diretamente para o consumidor final, através de marca própria. Tal como acontece em relação ao mercado externo, o objetivo passa por crescerem cada vez mais no mercado nacional:
«Hoje, os clientes reconhecem a Migdalo como um fornecedor estável em termos da qualidade do produto. E esse apreço é igualmente reconhecido pelo mercado nacional, onde existe uma margem de progressão muito grande, face à excelente qualidade da amêndoa que a Migdalo coloca no mercado».
Está também previsto para este ano ou para 2021 serem feitos alguns investimentos na fábrica, que permitam uma maior possibilidade de entrar no mercado nórdico e em outros mercados fundamentais, avançou Miguel Chaves, recordando que o investimento na unidade agroindustrial da Migdalo rondou os dois milhões de euros, que teve comparticipação comunitária e resultou numa unidade moderna, quando foi instalada era das mais avançadas a nível mundial, mas desde então a tecnologia evoluiu, exigindo a introdução de algumas melhorias. É uma unidade que permite fazer a recepção, a limpeza, a despela e o descasque da amêndoa. «E comercializar», referiu a finalizar Miguel Chaves, absolutamente convicto que a sua empresa está no bom caminho.
Uma aliança estratégica que permite aumentar significativamente os volumes de produção de amêndoas de qualidade e alargar consideravelmente as oportunidades de comercialização e distribuição internacional deste produto mediterrânico tão procurado pelos atuais consumidores.